Neoliberalismo destrói o bem estar social

Assessoria de Imprensa da Amatra VI

Para entender o hoje é preciso olhar para o passado. Assim, o procurador regional do trabalho Everaldo Gaspar, professor da Faculdade de Direito do Recife, expôs, na sua palestra no I Seminário de Direito do Trabalho, o contexto histórico das relações trabalhistas, surgidas antes mesmo do capitalismo, para chegar ao Brasil do século XXI.


A abordagem, com o tema “A desintegração do mundo do trabalho e seu impacto socioeconômico e político-social”, lembrou os conflitos entre a burguesia, a monarquia e o clero, na Idade Média, chegando ao Estado Moderno, com a consolidação de meios de produção subordinados à força do trabalho e do capital.


“Essas relações que se universalizam, estamos vendo hoje”, disse Gaspar, ressaltando que “enquanto houver na sociedade a compra e a venda da força de trabalho, haverá a desumanização e a exploração, hoje agravada pelo neoliberalismo global que destrói o estado de bem estar social”, afirmou.


Sobre o papel a Justiça do Trabalho para atuar em defesa dos menos favorecidos, o professor é pessimista, por entender que o Direito não tem resposta para aplacar as patologias sociais contemporâneas diante do desemprego estruturante e da desconstrução dos direitos sociais. No entanto, acredita na retomadas das lutas emancipatórias para combater o ultraliberalismo que avança no mundo.


Após a palestra de Gaspar, foram lançados dois livros: “Elementos para tutela efetiva da classe trabalhadora”, com prefácio do desembargador Sergio Torres e organizado pelo juiz Hugo Melo; e “A classe trabalhadora e a resistência ao golpe de 2016”, organizado por Hugo Melo, Gustavo Teixeira, Wilson Ramos Filho e José Eymard Loguercio.