Ato contra corrupção e impunidade será realizado nesta sexta (2)

Assessoria de Imprensa da Amatra VI

A Frente Associativa da Magistratura e do Ministério Público (Frentas/PE) promove, juntamente com a Amatra VI e outras entidades, ato contra a corrupção e a impunidade. Nesta sexta-feira (02.12), a Magistratura e o Ministério Público vão se reunir, em defesa da Justiça, em frente ao Fórum Rodolfo Aureliano, na Ilha de Joana Bezerra, no Recife, a partir das 11h.


A mobilização tem o objetivo de alertar a sociedade sobre propostas articuladas no Congresso Nacional, a exemplo do Projeto de Lei 4850/2016, aprovado pelo Plenário da Câmara dos Deputados por 450 votos a 1. A proposta, que contém um pacote de medidas de combate à corrupção, prevê a responsabilização de juízes e de membros do Ministério Público por crimes de abuso de autoridade. Para a Anamatra, o projeto busca intimidar magistrados e membros do Ministério Público, violando a independência das carreiras.


Confira nota divulgada pela entidade:


NOTA PÚBLICA


A ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS MAGISTRADOS DA JUSTIÇA DO TRABALHO (ANAMATRA), entidade de classe de âmbito nacional, representativa dos Juízes do Trabalho em todo o território nacional, tendo em vista o Projeto de Lei 4850/2016, que criminaliza a atuação de Magistrado e Membros do Ministério Público, vem a público afirmar:


1 - O Congresso Nacional encontra-se em vias de aprovar nas duas Casas o Projeto de Lei 4850/2016, contendo sanções por abuso de autoridade que tem, como único objetivo, intimidar os magistrados e membros do Ministério Público, criminalizando suas atividades mais legítimas e violando a independência dessas carreiras, atributo essencial e garantia da sociedade.


2 - O povo, a Magistratura trabalhista e nacional, o Ministério Público e todas as carreiras responsáveis pela integridade do Estado brasileiro não podem aceitar que diversos atores denunciados por ilícitos cometidos contra o patrimônio público promovam reformas que ao mesmo tempo objetivem inibir a ação dos agentes do sistema de Justiça e lhes assegurem a sombra confortável da impunidade.


3 - A tentativa de criminalizar os juízes brasileiros, como bem destacou a Ministra Cármen Lúcia em sessão do Conselho Nacional de Justiça no dia de ontem (29/11), reafirmada em Nota divulgada no dia de hoje, não interessa à sociedade e milita contra a democracia.


4 - Em tal sentido, manifesta-se profunda preocupação com ataques originados no Poder Legislativo, no âmbito de projeto que prevê a punição objetivando ferir a independência funcional dos magistrados, como forma de transformar juízes em meros “despachantes de interesses particulares”.


5 - A ANAMATRA reafirma a importância de um Poder Judiciário forte e independente, que só será possível se lhe for assegurada a liberdade para decidir conforme seu entendimento. Do contrário, não mais haverá Poder Judiciário independente no Brasil e a própria sociedade estará ameaçada.


Brasília 30 de novembro de 2016.


Germano Silveira de Siqueira


Presidente da Anamatra