Dois dias de muita troca de visões e experiências. Assim foi o Curso de Formação de Professores 2023, para os educadores e gestores que atuam no Programa Trabalho Justiça e Cidadania (TJC), realizado nos dias 9 e 10 de maio, na sede da Amatra VI, no bairro do Pina. Abordando os mais diversos assuntos, como preconceito e tecnologia, a capacitação estimulou a reflexão de todas e todas sobre o tema principal da iniciativa este ano: o TJC e a Justiça do Trabalho: direitos se conquistam com a educação.
A presidente da Amatra VI, Ana Freitas, abriu os trabalhos, no primeiro dia de curso, falando da importância do programa, que impacta positivamente na vida dos alunos e professores, levando conhecimentos sobre cidadania e direitos humanos e do trabalho. A coordenadora do TJC, Carmen Richlin, lembrou que a Amatra VI foi pioneira na implantação da iniciativa, em 2005, idealizada pela Anamatra, e que vem sendo um sucesso desde então. Ela fez, ainda, a leitura de uma mensagem enviada pelo presidente da Associação Nacional, Luis Colussi, que destacou os resultados da iniciativa. " A aproximação da Justiça Social com o sistema educacional é a fórmula de sucesso do nosso TJC, um esforço coletivo para que a pauta do trabalho decente seja incorporada na linguagem desta e das próximas gerações", completou. .
Pela relevância do tema, a primeira palestra do evento teve um tema mais do que atual: crimes cibernéticos. O delegado Eronildes Meneses alertou os educadores para esta atividade criminosa, que se propaga nas redes sociais, atingindo muitos jovens e crianças, exigindo preparo das famílias e das escolas para prevenção. O juiz do Trabalho e vice-diretor da Esmatra Marcílio Mota, trouxe um depoimento emocionante, contando a sua trajetória de ex-aluno de rede pública, tendo enfrentado muitas dificuldades para conseguir chegar à universidade e ser aprovado em concursos públicos, deixando um exemplo inspirador de superação e ensinamentos sobre a força da educação na vida das crianças.
Interagindo com os participantes ao levantar questionamentos sobre práticas cotidianas ainda usuais na sociedade, a juíza Ana Cristina Silva, Diretora de Direitos Humanos e Cidadania, tratou da questão do racismo estrutural, presente na vida dos brasileiros, provocando um amplo debate em torno desse problema nas escolas públicas.
Gênero – No segundo dia do curso, o preconceito também esteve na pauta, com a juíza Renata Nóbrega, da Comissão de Gênero e Diversidade, enfocando questões de gênero que se transformam em barreiras para o aprendizado, diante da intolerância da sociedade, com situações de bullying, por exemplo. O advogado e professor da Unifafire, Diego Nieto, direcionou sua fala para os desafios do teletrabalho, uma prática crescente a partir da pandemia de Covid-19, exigindo normas de proteção ao trabalhador.
No encerramento, a presidente Ana Freitas apresentou um cenário sobre a educação inclusiva. Ela destacou normas legais, como as regras para o menor aprendiz; as que tratam de pessoas com deficiência e a legislação sobre cotas. Ainda detalhou leis que preveem a habilitação e reabilitação do trabalhador com sequelas decorrentes de acidentes de trabalho.
Ao final, os professores e gestores receberam exemplares da Cartilha do Trabalhador, elaborada pela Anamatra. Em formato de quadrinhos, traz informações a respeito de direitos e deveres no mundo do trabalho e serão utilizadas em sala de aula, para elaboração dos projetos que serão apresentados ao longo do desenvolvimento do programa este ano. Também foi entregue para cada escola, um Vade Mecum, publicação com um compilado das diversas leis brasileiras.
Durante o curso, foram registradas as presenças da desembargadora Dione Nunes, do desembargador vice-presidente do TRT6 e diretor da Esmatra Sergio Torres e da juíza Mariana Millet, que integra a diretoria da Amatra VI. Também participaram representantes da Secretaria de Educação de Pernambuco, parceira da Amatra para realização do TJC no Estado: as professoras Flávia Lira, Waldilma Santana e Mary Ruth, da Gerência Regional de Educação/Recife Norte, entre outros.
Em 2023 serão contempladas as Escolas Embaixador Gilberto Amado; Motta e Albuquerque; Monsenhor Francisco Salles; Padre João Barbosa, Erundina Negreiros e o Colégio da Polícia Militar. A primeira roda de conversa será realizada no dia 30 de maio.
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