Com exemplo de inclusão, Escola Sylvio Rabello recebe TJC



A edição do Trabalho Justiça e Cidadania (TJC) na Escola Sylvio Rabello, em Santo Amaro, foi sendo construída de maneira especial desde a abertura, com apresentação cultural, até o debate final. Os alunos, com perguntas aproveitaram ao máximo a presença dos magistrados na tarde desta quarta-feira (21.08.2019). Não em vão, o encontro que teve o tema “Trabalho, Infância e Juventude: os Desafios e Perspectivas na Superação da Violência” superou as expectativas, tratando de uma infinidade de temas que resultaram em um diálogo enriquecedor. De quebra, pela primeira vez, todo o evento contou com uma intérprete de libras.

Teve orquestra, teatro, música, coral e até um coral em libras. Não foi em vão que o aluno David Albuquerque, acometido desde a infância por uma surdez profunda, não tirou o olho do palco um só minutos. “Ele está dizendo que adorou o encontro, que aprendeu muito e está feliz”, afirmou Cléa Monteiro, intérprete da escola.

David pôde acompanhar na primeira fila à apresentação da Orquestra Criança Cidadã dos Meninos do Coque - muitos dos quais alunos da própria Escola Sylvio Rabello. Os jovens músicos tocaram clássicos como Canções Brasileiras e fecharam o a participação com Viva la Vida, de Coldplay. Foram aplaudidos de pé.

O evento seguiu em ritmo intenso com apresentações que envolveram a temática dos refugiados e da violência social, através de encenações teatrais e música. A Escola Sylvio Rabello – que conta com 1,2 mil estudantes – recebeu um aluno vindo da Venezuela, que compartilhou com os amigos sua dura realidade de exilado.

“Foi uma oportunidade de trocar experiências, de interagir, uma troca muito rica. Tenho visto o depoimento dos alunos, eles se empoderam com a temática da cidadania e cresceram muito com esse encontro, afirmou a gestora da escola, Andréa Araújo de Freitas. “Acho de extrema importância esse projeto vir ao colégio trazer conhecimento relacionado ao trabalho, à cidadania, tirando dúvidas de muita gente que está de olho no mercado de trabalho”, complementou o presidente do Grêmio Escolar da Escola Sylvio Rabello, Talyson Silva, 18 anos.

Autor da apresentação de rap que tirou o fôlego de todos na sala, com alerta para violência nas comunidades carentes, o estudante Matheus Farias, 19 anos, ressaltou que “queria passar a mensagem que muitas pessoas veem, fingem que não veem: que é o trabalho infantil”. Por fim, a coordenadora do TJC, Carmen Richilin apontou o evento como um sucesso. “Tem sido muito gratificante a ida a todas as escolas, mas aqui a emoção foi bem maior por conta das apresentações dos alunos, com a temática dos refugiados, os corais, o rap. A participação dos alunos tem sido muito boa. O programa este ano está com força total”, pontuou.

Esta etapa do TJC contou, ainda, com a presença da presidente da Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 6ª Região (Amatra VI), Laura Botelho, e dos também magistrados do trabalho Roberto de Freire Bastos, Carmen Vieira, Patrícia Trajano e estadual Abner Apolinário; da procuradora do Trabalho Elizabeth Veiga, do diretor da Associação dos Advogados Trabalhistas de Pernambuco (AATP) Hugo Victor, além da gestora da Gerência Regional de Educação (GRE)  Norte, Neuza Pontes, e da representante da Secretaria Estadual de Educação, Waldilma Batista, bem como a coordenadora do projeto na escola, professora Marília Vasconcelos.